Aleatoriedades

Ciclos chegam ao fim?

Será que passamos as fases dando voltas ou será que nos despedimos das mudanças como alguém que segue a estrada sempre em frente?

Os dias passam de forma diferente. A mãe que gesta carrega um relógio próprio. A noiva de casamento marcado anda num ritmo determinado. Às vezes, parecemos não seguir. Outras vezes, parecemos ser forçados a ir.

Eu não sei dizer exatamente como me sinto hoje, mas certamente me dói saber que não estou com os mesmos de outrora: mesmos amigos, mesmos familiares, mesmos pensamentos, mesmos hábitos. A mudança mexe com todos. Mas só quem se permite sair da caverna, da sua própria caverna, é quem tem medo de estar adentrando em cavernas alheias.

Sim, a maturidade é essencial, mas não comum. O mundo finge, nós fingimos. O mundo é, nós somos. Mas seria justo listar fraquezas tão comuns a tantos?

Por que eu tenho que aprender com o erro alheio se minha vida é outra? Como eu posso aprender sem viver o que o outro viveu? É verdade que os conselhos podem ser bem úteis. Mas as ações marcam mais que as palavras. Até quando vamos copiar movimentos alimentando nosso orgulho ao falar que seguimos bons conselhos?

Eu precisei me afastar. Questionar cansa e torna-se sem propósito se você nem sabe para onde vai…

Eu precisei olhar para mim, me dar o carinho e o cuidado que eu preciso para viver. Não é por merecimento. É minha vida. Quando sou eu olhando para mim, os sacrifícios são doces: afinal, eu estou aberta a eles. Porém, se eu caio na ilusão de que posso pegar os olhos dos outros para me observar e julgar meus sacrifícios, eu me destruo: os sacrifícios nem são razoáveis, nem toleráveis, nem instagramáveis.

O testemunho só arrasta porque somos ensinados a sermos influenciáveis. Como mãe, eu tenho certeza que seguir o que digo tem menos efeitos do que seguir o que faço porque é mais cômodo fazer por tabela do que absorver a informação e aplicá-la quando possível. Embora digam o contrário, desconfio que nenhuma dessas pessoas são mães…

Se eu contasse a minha realidade com fatos, nomes e circunstâncias, você iria entender melhor.

Mas a minha vida não é vitrine.

Aprenda a se recolher também.

Aos 20 anos, parei de cursar Psicologia e fui experimentar o que seria (ou mais faria) na vida. Tornei-me servidora pública aos 23. Sou mãe, pedagoga, artesã, doula e (quase) enfermeira. Estão entre as minhas habilidades fabulosas cortar um bolo magnificamente bem, lembrar inúmeros sonhos e fazer vestidos de noiva.

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