Maternagem

Sobre gerar um(a) filho(a)

O verbo GERAR, entre seus significados, é “dar existência a”.

Quantos filhos nascidos que insistimos em dizer que existem, mas para quem?

Quantos destes nós dizemos que reconhecemos sua vida, mas cadê a dignidade?

Quantos estão excluídos da sociedade que somos, mas sem previsão da mudança desse status?

Nascidos que (sobre)vivem
Abrigados que choram
Esquecidos que perambulam

São as nossas crianças, o nosso anúncio, o nosso futuro que não queremos assumir.

Gerar um(a) filho(a) traz responsabilidade ímpar. Não sou responsável somente por quem eu pari. Eu sou responsável, enquanto cidadã estável financeiramente e emocionalmente, por aquelas crianças e adolescentes que esperam uma família. Entre direitos e privilégios, é preciso enxergar e ir além.

O que você faz por quem você fecha os olhos?

Aos 20 anos, parei de cursar Psicologia e fui experimentar o que seria (ou mais faria) na vida. Tornei-me servidora pública aos 23. Sou mãe, pedagoga, artesã, doula e (quase) enfermeira. Estão entre as minhas habilidades fabulosas cortar um bolo magnificamente bem, lembrar inúmeros sonhos e fazer vestidos de noiva.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *