Maternagem

Ser mãe é abraçar uma missão que não tem fim antes da própria morte

Sei que nem todas as mulheres planejam, pensam, decidem, aceitam ou compreendem a gestação e vinda do bebê. Mas certamente em todas há a esperança da união pelos laços. Algumas vão admitir logo, outras não vão conseguir enxergar isso, ainda haverá aquelas que sentirá isso sem nem ter gestado.

Nós mudamos o tempo todo, é natural que mudemos também com a chegada do filho. Muitas vezes as experiências são marcadas pela dor e, preciso mesmo enfatizar, onde entra a questão do RESSIGNIFICADO?

Precisamos aprender que empatia não vem de berço. Que as coisas boas acontecem a pessoas boas e também a ruins e vice-versa. Ninguém te deve nada. Nem Deus, nem seus pais, nem sua comunidade. O mundo precisa de homens e mulheres humildes. E humildes simplesmente porque só é possível ressignificar o passado e ser empático com o outro se formos humildes.

Paciência, apoio e solidariedade sem humildade é só hipocrisia muito bem disfarçada.

Não é fácil ser humilde. Todos os dias o mesmo comprometimento. Todos os dias as falhas escancaradas. Todos os dias a reflexão. Cada um no seu caminho: pai, mãe, filhos. Acelerar etapas não ajuda em nada o processo de aceitar o que ocorreu. É preciso viver o luto e depois dar início à ressignificação.

Seja forte! Insista! É pela tua própria vida!

Mãe é diferente de pai do mesmo jeito que mulheres são diferentes dos homens e como as crianças são diferentes dos adultos. Reconheça, aceite, lide com isso. Você vai cair, mas vai levantar.

Se você é mãe ou pretende ser, prepare-se para a ressignificação de tudo que ainda não ocorreu. O parto começa na cabeça, mas não se resume a isso. Gestar, parir, cuidar, amamentar, alimentar, educar: todos esses são alguns dos processos incríveis que envolvem a maternidade que não podem/nem devem ser roteirizados.

Culpa materna nasce (às vezes transformando-se em algo pior ainda) onde a mãe não pondera a falha (se é que houve) e não consegue seguir adiante.

Coragem!

Aos 20 anos, parei de cursar Psicologia e fui experimentar o que seria (ou mais faria) na vida. Tornei-me servidora pública aos 23. Sou mãe, pedagoga, artesã, doula e (quase) enfermeira. Estão entre as minhas habilidades fabulosas cortar um bolo magnificamente bem, lembrar inúmeros sonhos e fazer vestidos de noiva.

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